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🍏 1976 — A fundação da Apple Inc.

  • Foto do escritor: Sidney Klock
    Sidney Klock
  • 1 de abr.
  • 2 min de leitura

Em 1º de abril de 1976, três jovens californianos — Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne — deram vida a um projeto que nascia pequeno, mas carregava em si a semente de uma revolução: a Apple Computer Company. Na garagem dos pais de Jobs, com capital inicial de mil e trezentos dólares, foi montado o Apple I, um computador pessoal que, embora rudimentar, antecipava um futuro em que a tecnologia deixaria de ser privilégio de grandes corporações e se tornaria parte íntima do cotidiano humano. Não era apenas um novo produto: era uma nova mentalidade.


Garagem onde a Apple foi fundada em 1976 por Steve Jobs, Wozniak e Ronald Wayne.
Arte: SK

Steve Wozniak, o gênio técnico, havia criado uma máquina compacta, eficiente e surpreendentemente acessível. Jobs, com faro incomum para design, marketing e visão de futuro, compreendeu o impacto cultural que aquilo poderia ter. Wayne, mais velho e cauteloso, deixou a empresa apenas 12 dias depois, vendendo sua parte por US$ 800 — um gesto que se tornaria um dos arrependimentos mais famosos da história dos negócios. A Apple surgia, assim, da fricção entre ousadia e prudência, improviso e genialidade, num cenário onde o Vale do Silício ainda era mais "vale" do que "símbolo".


A década de 1970 nos Estados Unidos estava imersa em transformações. A contracultura, a crise do petróleo, o escândalo de Watergate e o fim da Guerra do Vietnã formavam um caldo social que incentivava o pensamento fora dos moldes tradicionais. Nesse ambiente, Jobs e Wozniak canalizaram o espírito rebelde dos anos 60 para a tecnologia dos anos 80. A Apple, com seu icônico logotipo mordido — uma referência a Isaac Newton e à quebra de paradigmas —, logo se tornaria um símbolo da inovação "cool", desafiando o monopólio da IBM e estabelecendo um novo tipo de relação entre pessoas e máquinas.


A ascensão da Apple não foi linear: altos e baixos marcaram sua trajetória, incluindo a saída e posterior retorno de Jobs, e a criação de produtos que mudaram o mundo, como o iMac, o iPod e, claro, o iPhone. Mas tudo começou naquela garagem — espaço simbólico que hoje representa o mito do empreendedorismo moderno. Fundar uma empresa em 1976 era um ato de fé; fundar a Apple foi um ato de imaginação radical. Não apenas criaram uma companhia: redesenharam o imaginário da era digital.


Hoje, ao segurarmos um smartphone ou conversarmos com uma inteligência artificial, estamos tocando, mesmo que indiretamente, aquela fagulha de 1976. A fundação da Apple marcou mais do que o nascimento de uma empresa: inaugurou uma nova forma de pensar o futuro — onde a tecnologia se tornaria extensão dos nossos corpos, desejos e emoções. Entender esse momento é entender o início da era em que vivemos.


🍀 Curiosidade


Pouca gente sabe, mas o nome “Apple” foi escolhido porque Jobs seguia uma dieta frutariana e tinha acabado de voltar de uma fazenda de maçãs. A ideia era simples: soar “amigável, divertida e não intimidante” — o oposto do que a tecnologia era até então.


🔎 Referências


  • Stanford University Archives: Jobs Oral History

  • Smithsonian Institution: Apple History Project

  • Computer History Museum: Timeline of Apple

 
 
 

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