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Microsoft 1975: O nascimento de um império digital

  • Foto do escritor: Sidney Klock
    Sidney Klock
  • 4 de abr.
  • 2 min de leitura

Em 4 de abril de 1975, dois jovens de mentes inquietas mudaram o curso da história da computação. Bill Gates e Paul Allen, então com pouco mais de 20 anos, fundaram a Microsoft em Albuquerque, no Novo México, movidos pelo desejo de tornar o software acessível a qualquer computador pessoal. O que começou como um projeto ousado, nasceu da leitura de uma revista — a Popular Electronics — que anunciava o Altair 8800, um computador de uso pessoal. Allen viu ali uma revolução iminente e convenceu Gates de que poderiam escrever um interpretador de BASIC para a máquina. Era o começo de uma era.

Bill Gates e Paul Allen no início da Microsoft, em 1975, em escritório improvisado
Arte: SK

O cenário tecnológico de 1975 ainda estava distante do que hoje chamamos de “revolução digital”. Computadores eram grandes, caros e restritos a universidades, governos e grandes corporações. Gates e Allen foram contra essa lógica. A Microsoft nasceu da convicção de que o futuro da computação era pessoal, portátil e programável. Eles acreditavam que o software seria a alma dos dispositivos — e não apenas um acessório técnico. A aposta era visionária: investir em linguagem de programação e sistemas operacionais quando o mercado ainda não os valorizava como produtos estratégicos. Em poucos anos, essa visão transformaria a empresa em referência global.


A ascensão meteórica da Microsoft veio com parcerias estratégicas, como o contrato com a IBM para fornecer o sistema operacional do seu primeiro computador pessoal, o IBM PC. Com isso, o MS-DOS se tornou padrão de mercado, alavancando a posição da empresa. No entanto, o sucesso não veio sem controvérsias: a negociação desse sistema, adquirindo o QDOS e adaptando-o, levantou debates sobre propriedade intelectual e ética nos negócios. Ainda assim, foi esse movimento ousado que permitiu à Microsoft consolidar o Windows na década de 1990, um sistema gráfico que redefiniu a experiência dos usuários e consolidou o domínio da empresa sobre o mundo digital.


Gates e Allen representam arquétipos distintos do empreendedorismo tecnológico: o estrategista meticuloso e o visionário inquieto. Ambos moldaram uma cultura de inovação que transcendeu o setor da informática, influenciando educação, comunicação e economia global. A saída de Allen em 1983, por razões de saúde, não apagou sua contribuição decisiva. Já Gates, com seu estilo obsessivo e pragmático, liderou a Microsoft até transformá-la numa potência que moldaria o próprio funcionamento do século XXI.


Hoje, a fundação da Microsoft é lembrada como um marco da transição entre o analógico e o digital. Seu impacto ecoa em cada clique, planilha e algoritmo. Em tempos de inteligência artificial e computação em nuvem, é fundamental revisitar o momento em que dois jovens ousaram programar o futuro. Não se trata apenas de tecnologia — mas da coragem de imaginar mundos onde ainda não havia mapas.


🎯 Curiosidade


Poucos sabem que o primeiro escritório da Microsoft ficava em um pequeno quarto alugado — sem placas, sem luxo, apenas com uma visão radicalmente transformadora sobre o futuro.


📚 Referências


  • Gates, Bill. The Road Ahead. Penguin Books, 1995.

  • Microsoft Official Archive. https://news.microsoft.com

  • Isaacson, Walter. The Innovators: How a Group of Hackers, Geniuses, and Geeks Created the Digital Revolution. Simon & Schuster, 2014.

  • Living Computers: Museum + Labs – Paul Allen Archives.

 
 
 

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