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A Estreia de O Lago dos Cisnes em 1877 e o Caminho que o Transformou em Ícone do Balé

  • Foto do escritor: Sidney Klock
    Sidney Klock
  • 23 de nov.
  • 2 min de leitura

Em 20 de fevereiro de 1877, o Bolshoi abriu suas cortinas para apresentar O Lago dos Cisnes. A música de Tchaikovsky, construída como se fosse uma sinfonia que dialoga com a dança, encontrou um público pouco habituado àquela profundidade orquestral. A recepção foi discreta, e a coreografia inicial não conseguiu traduzir a força que a partitura trazia.


Bailarina interpretando Odette em O Lago dos Cisnes, vestida com um tutu branco etéreo.
Arte: SK

Entre lendas e espelhos de água


A história de Odette, jovem transformada em cisne pelo encantamento de Von Rothbart, aproxima o balé de narrativas europeias sobre metamorfoses e destinos interrompidos. O príncipe Siegfried, dividido entre escolha e ilusão, segue um caminho que culmina no encontro com Odile, o cisne negro. Cada variação, cada gesto, desenha no palco um contraste que se tornaria um dos símbolos mais fortes do repertório clássico.


O renascimento que definiu uma linguagem


Foi apenas em 1895, na remontagem de Marius Petipa e Lev Ivanov, que O Lago dos Cisnes ganhou a forma que reconhecemos hoje. Essa versão destacou o rigor técnico, a fluidez dos conjuntos e o duplo papel de Odette e Odile como desafio interpretativo para as bailarinas. O balé passou a representar não apenas uma história encantada, mas a busca pela precisão e pela expressividade que definem o repertório russo.


Um legado que atravessou palcos e épocas


Do século XX em diante, a obra passou a dialogar com outros campos artísticos. Filmes, interpretações contemporâneas e leituras psicológicas ampliaram a presença do balé fora do teatro. A imagem da bailarina em branco, que se tornou sinônimo de delicadeza e disciplina, consolidou-se em grande parte graças às encenações inspiradas por Odette.


Curiosidade


O tutu romântico associado às cenas do lago ajudou a fixar a silhueta clássica da bailarina no imaginário ocidental, sendo adotado amplamente após a consolidação da versão de 1895.


Referências


• Wiley, Roland John – Os balés de Tchaikovsky

• Beaumont, Cyril W. – O Balé chamado O Lago dos Cisnes

• Morrison, Simon – Bolshoi Confidential

• Royal Ballet – Documentação histórica sobre o repertório

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