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Entre Tempos Modernos e o nascer de novas máquinas

  • Foto do escritor: Sidney Klock
    Sidney Klock
  • 23 de nov.
  • 2 min de leitura

Em 1936, Charlie Chaplin apresentou ao mundo Tempos Modernos, um filme que transformou a imagem de seu personagem e a percepção do público sobre o avanço industrial. O ritmo das fábricas, traduzido em engrenagens que pareciam engolir o corpo humano, revelava um cenário em que a mecanização pesava sobre a vida cotidiana. A obra registrou um momento histórico em que a industrialização acelerada alterava hábitos, horários e relações de trabalho.


Cena icônica de Tempos Modernos (1936), com Charlie Chaplin preso em engrenagens, contrastando com um robô moderno auxiliando um trabalhador.
Arte: SK

Um retrato sensível da modernidade nascente


O filme condensou tensões que atravessavam a primeira metade do século XX. O trabalhador urbano enfrentava jornadas exaustivas, e a lógica produtiva se sobrepunha ao indivíduo. Chaplin, atento ao espírito do tempo, criou uma narrativa que misturava humor e crítica, aproximando o público de uma questão que repercutia em fábricas do mundo inteiro. Sua obra tornou-se referência não apenas cinematográfica, mas também social.


Da mecanização à automatização


Quase um século depois, o cenário industrial transformou-se profundamente. Máquinas deixaram de operar apenas funções mecânicas e passaram a integrar processos complexos que envolvem cálculo, precisão e análise. A automação contemporânea, fruto de avanços acumulados ao longo de décadas, ampliou a capacidade humana de organizar conhecimento, medir fenômenos e administrar tarefas extensas. O que Chaplin mostrou como ameaça tornou-se, aos poucos, parte das estruturas que sustentam serviços, pesquisas e cuidados.


O desafio de interpretar a era das máquinas


Essas transformações exigiram novas formas de pensar o trabalho e o tempo. As tecnologias, ao assumirem funções repetitivas, abriram espaço para atividades baseadas em interpretação, criação e conhecimento. Assim como na época de Chaplin, permanecem discussões sobre como equilibrar progresso e humanidade, eficiência e bem-estar. A história sugere que cada avanço técnico traz consigo a necessidade de imaginar novos modos de convivência.


Curiosidade


O conjunto de engrenagens utilizado em Tempos Modernos tornou-se um dos símbolos mais reconhecidos do cinema do século XX, inspirado em maquinários reais observados por Chaplin durante visitas a fábricas norte-americanas.


Referências


• Chaplin, Charles – Tempos Modernos, 1936

• Gordon, David – Charlie Chaplin and His Times, Harper & Row, 1998

• Robinson, David – Chaplin: His Life and Art, Penguin Books, 2001

• Brynjolfsson, Erik e McAfee, Andrew – The Second Machine Age, W. W. Norton, 2014

• Ford, Martin – Rise of the Robots, Basic Books

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